quinta-feira, 30 de abril de 2020

Guest Post: 9 Mangas para Contemplar a Vida


OBS: Mais um post do Blue Raincoat!!!

Atrelados aos problemas pessoais, ao trabalho, ao excesso de entretenimento; as vezes esquecemos de nós mesmos e viramos as costas para a vida ou sequer chegamos a olhar para ela alguma vez. Como uma neblina, nosso campo de visão é cegado, e nos perdemos em seu meio.

Sem a noção do que está em nossa volta, o desespero toma conta e as ações imprudentes sobressaem.
Para cada um de nós, nossa neblina e nosso desespero serão traduzidos de formas diferentes, mas dispersa-la de dentro de si mesmo será possível apenas quando se encontrar calmo.

Mesmo que o mundo não se encontre pacifico, em nosso interior podemos encontrar a paz de espirito. Assim não só tornamos nossos reflexos mais agradáveis, mas também enxergaremos coisas de verdadeiro valor a nossa volta.

Essa lista foi montada com o intuito de reunir reflexões, pois são obras que tem algo a dar, algo a mostrar, que podem te levar a pensar, sentir e ver o mundo de uma maneira diferente. Mesmo que muito material possa oferecer tais coisas, eu procurei por especial mangás mais leves e que dessem uma boa sensação ao leitor durante a imersão. Não quer dizer que sejam necessariamente alegres, mas sim, calmos.


Contemple a Verdade.

Não vejo melhor maneira em iniciar essa lista, senão por algo mais íntimo. Assim como uma criança em crescimento, nossas mudanças precisam começar por dentro. 

My Girl é uma trabalho de Sumomo Yumeka, a mesma autora de Watashitachi no Shiawase na Jikan, que é sua obra mais conhecida. Nele se encontra a história de um rapaz que descobre a existência de uma filha pequena após a morte de uma namorada, Youko, que teve há anos no colegial. É uma história que não segue exatamente uma linha contínua, ela vai tendo pequenos saltos temporais e não se prende aos momentos iniciais do rapaz com sua filha e toda a mudança que precisa fazer para atuar como pai. O foco da obra se vê mais em momentos importantes para a relação deles e seus desenvolvimentos, e uma das coisas que mais perduram nos corações de ambos é a morte de Youko. Trazendo sentimento de frustração, arrependimento e saudade.

A leitura desse mangá é muito agradável mesmo com alguns conflitos familiares e com melancólicos momentos de seus personagens, porquê é uma história que traz vários sentimentos acalorados e reconfortantes, além de gerar muita empatia com seus personagens principais, dando uma sensação de quase como se fizéssemos parte da pequena família deles.
Mas meu destaque maior vai para sua temática. Ela flutua muito sobre as coisas não ditas, e tanto pai quanto a filha testemunham os problemas que personagens secundários enfrentam em seus relacionamos por não serem sinceros. Reter seus sentimentos, ocultar seus desejos... leva um tempo para os personagens perceberem a necessidade de dizerem o que realmente querem e perceberem que não há melhor caminho se desejam seguir em frente, sem arrependimentos.


Contemple a Família. 

Arrependimentos, conflitos, verdades não ditas, tudo se envolve quando nos relacionamos, e a intensidade desses problemas são mais profundos quando os laços são mais fortes. E o mais forte que se pode alcançar é o laço familiar, por isso deve ser valorizado e cuidado mais do que qualquer outra coisa. 

Taiyou no Ie. Esse é um Shoujo que pende mais pro lado do melodrama em comparação com os demais mangás que serão listados, mas é também um dos que mais me emocionou. A obra conta a história de Mao, uma garota abandonada pela mãe e praticamente abandonada por seu pai, levando uma vida muito solitária e sem um lugar que possa chamar confortavelmente de lar. Hiro, um vizinho que conhece Mao desde a infância, perdeu os pais quando ainda estava no colegial e seus irmãos mais novos tiveram que morar em outras cidades com seus parentes, ficando então sozinho na casa que seu pai construiu. Por vias do destino, Mao é convidada a morar nessa casa após Hiro ver a relação dela com o pai. 

De maneira diferente, os dois personagens se encontram sem uma família; ela sem um lugar para chamar de lar e ele sonhando em trazer seus irmãos de volta. E a solidão de ambos os personagem é o que mais se torna o apoio para que um cuide do outro.

Mesmo com os dramas familiares deles, a obra se vê leve com vários momentos de comédia, romance, e pedaços do dia a dia. Mas também mantem seu foco de nos levar a pensar um pouco sobre o que levanta os problemas na família da Mao, como o egoísmo e irresponsabilidade de sua mãe e a falta de sinceridade o orgulho de seu pai. Enquanto aprendemos que o que faz ruir uma família é o individualismo de cada um, Hiro e Mao passam a construir a própria família deles, imperfeita e incompleta, mas onde cada um cuida do outro. Assim, palavras como lar e família passam a ter um significado muito mais profundo.


Contemple as pequenas coisas

Bom, problemas não são ligados apenas à relações e as vezes sequer temos um "problema". Mas há um momento em que entramos tanto no modo automático que paramos de dar atenção até para menores e mais superficiais coisas de nosso cotidiano. Atualmente somos pouco a pouco arrastados para vários vícios que nos distraem, ou ficamos presos à procura terminável por algo divertido. No entanto, ocasionalmente algo simples como consertar, cozinhar, andar um pouco ou simplesmente trabalhar... Essas coisas tão comuns e aparentemente tão triviais em sua maioria, elas têm seus valores e podem ser divertidas. Até mesmo pequenas ações tem a chance de se transformarem numa aventura. O próximo mangá da nossa lista traz exatamente uma amostra de uma rotineira e despretensiosa... aventura.

Hakumei to Mikochi, narra a vida diária de duas menininhas de 9 centímetros em uma cidade de seres e animais pequenos, elas moram juntas em uma casa na árvore e realizam tarefas diferentes. Esse não é um mangá que vai trazer necessariamente reflexões profundas, mas talvez traga sensações, pois seu papel é muito mais o de relaxar o leitor. É o tipo de leitura que combina perfeitamente com ler um capítulo nos cafés da manhã pra começar bem o dia, seja por suas histórias episódicas simples e suavemente mágicas, ou sua bela arte com personagens adoráveis. O que torna Hakumei no Mikuchi ainda mais especial é o seu poder de causar um pequeno efeito sobre sua percepção em relação àquilo que o cerca.


Contemple a Monotonia

Tudo bem que nem sempre as coisas ao redor se voltarão divertidas, muito menos mágicas e bonitas. As vezes sequer temos alguém para compartilhar nossos dias. Isso nos leva a pensar muito sobre nós mesmos, o que nos mantém vivo, entre muitas outras coisas que vão diferir para cada um.

Little Forest é uma obra diferente como entretenimento, ela não é exatamente alegre, ou confortável como você talvez imagina, ou que nos mostra a beleza em coisas que facilmente ignoramos. Também não vai te oferecer uma grande história, conflitos e relações conturbadas. Escrito por Igarashi Daisuke (conhecido por essas bandas pela obra Kaijuu no Kodomo), Little Forest contará sobre a rotina diária de uma moça que passa a viver sozinha em uma pequena floresta de uma zona rural. Nós acompanharemos suas tarefas de plantar, colher e cozinhar, enquanto algumas recordações da personagem vão sendo mostradas de vez em quando, principalmente as de sua infância, sua mãe, e as ligações que ela tem com esse lugar.
Apesar da minha vaga descrição que pode fazer soar que esse mangá seja chato ou arrastado, é na realidade uma leitura agradável, com capítulos relativamente curtos, porém os sentimentos são muito diferentes de um slice of life relaxante comum, porquê mais do que uma obra bastante realista, seu aspecto mais cativante é sua monotonia. 

Durante a leitura somos levados a conhecer a vida no campo e os prazeres de viver na natureza sendo retribuído pelo próprio trabalho e esforço. Boa parte do conteúdo desse mangá é com sua protagonista cultivando durante um ano inteiro, indo de acordo com as estações para colher os frutos do seu trabalho no tempo devido. Após a colheita, ela se empenha detalhadamente em diversas receitas para tirar o máximo proveito das frutas, legumes, vegetais e cereais nos quais depositou tanta dedicação para cultivá-los. Mas mesmo com bastante foco nessas tarefas a obra não é apenas uma amostra de uma vida simples e saudável na natureza, é mais do que isso e há muito o que absorver sobre a paciência e as recompensas de um trabalho feito pelas próprias mãos. 

Por vezes podemos nos exaustar e enjoar da repetição diária nas nossas vidas, e não é simplesmente fácil largar tudo e ir viver no campo porquê um mangá fez isso soar bom, no entanto sempre há algo no qual podemos meditar e procurar aplicar em nossa realidade, mesmo que estejamos longe da natureza ou de um ambiente pacifico. Às vezes, apenas não estamos usufruindo os frutos de nosso trabalho, tornando as coisas mais difíceis, então por que não comprar alguns ingrediente e fazer um prato do gosto? Quem sabe, sentir um pouco o saber de algo preparado por você mesmo, resultado do seu próprio trabalho, não o faça a esquecer um pouco do futuro e da ansiedade? O que eu quero dizer é, se existe um lugar pacifico como a vida no campo dentro de nós mesmos, podemos cultivá-lo.


Contemple a Simplicidade.

Bem, uma coisa puxa a outra, não? Mas quando falamos de simplicidade, o que lhe vem em mente? Provavelmente um estilo de vida mais modesto em sentido material, ou menos ambicioso... 
Essa é mais uma escolha bem diferente para esta lista, o nome desse mangá é NieA Under 7, porém o escolhi por abordar bem esse tema. Sua história é sobre uma garota muito pobre que mora em uma pensão caindo aos pedaços, e junto com ela mora uma Alien folgada chamada NieA. Nessa história, uma nave pousou na terra e seus alienígenas residentes passaram a morar na região próxima a essa nave. Eles são bastante pacíficos e passam a viver com trabalhos medíocres, e entre eles há uma hierarquia de acordo com suas antenas, estando NieA na posição mais baixa. Em outras palavras, a imagem de NieA é literalmente a de um vagabundo. 

É uma obra mais voltada para comédia, mas com alguns momentos melancólicos aqui e ali, e tudo isso se deve por conta do contraste nas personalidades da garota pobre, Mayuko, com a NieA. Levando uma vida preocupada com sua sobrevivência independente, devido às despesas e seu futuro nos estudos da faculdade, Mayuko ainda se vê indecisa sobre o que fazer da vida, no que se empenhar e o que ela quer, até mesmo porquê sua perspectiva acaba limitada por conta de sua condição financeira. No decorrer da história, a personagem se encontra várias vezes sem esperanças e infeliz com sua vida, enquanto NieA é o extremo oposto dela, vivendo como um gato de rua e fazendo tudo o que quer sem preocupação alguma. Mas elas também tem algo muito em comum, que é a posição em que ambas se encontram na suas sociedades, ou seja, elas são tidas como inúteis e invisíveis, ao menos para Mayuki esse é o sentimento da situação em que se encontra. 

Claro que esse mangá não vai dizer que se tornar irresponsável e folgado como NieA é a saída para combater a ansiedade e os sentimentos negativos como os da protagonista, mas é a modo de vida simplório que faz com que essa alienígena se sinta feliz, e essa não é uma simplicidade física, financeira e material, é a simplicidade interna onde as preocupações com o futuro não são mais importantes do que ser feliz no presente.


Contemple o Presente.

“É como uma leve brisa” Já deve ter visto alguém se expressando assim em relação à alguma obra com aspectos relaxantes e calmos. Há muitos Slices que podem ser comparados dessa forma, inclusive a maioria dos presentes nessa lista, isso porquê possuem um ritmo suave, quase como levados pelo vento. Em especial, Aria é um mangá que melhor consegue materializar esse sentimento.

Situado em uma cidade em Marte, Neo Venezia, onde as águas banham a cidade e um de seus principais meios de transporte são barcos e gondolas, algumas garotas treinam para se tornarem futuras Undines (gondoleiras). Mas ser uma Undine não é simplesmente transportar pessoas de um lado para o outro, ao contrário, sua profissão é quase semelhante a de um instrumentista, levando as pessoas para uma viagem contemplativa, seja da paisagem ou da calmaria. 

Nessa história, as suas personagens precisam domar as gondolas para que se mantenham suaves, ao mesmo tempo que oferecem aos clientes a sensação de paz. É um trabalho que exige algo mais do que a habilidade física, ele exige que a as Undines tenham a percepção para captar o estado de seus clientes e da própria paisagem, fazendo com que elas busquem uma melhor noção de ritmo e controle da atmosfera para entregar a melhor experiência possível. E como fazer isso se não estiver conectado com o presente?

Através das aprendizes que protagonizam esse mangá, e um gato gordo chamado Aria, não seremos exatamente ensinados a nos livrar da ansiedade, ou a não viver preocupado com o futuro exaustando nossos dias. O que essa obra faz é mostrar o valores de cada dia, da paciência e de se mover conforme a corrente assim como o sopro de uma leve brisa. E bem, essa palavras como “paciência, ansiedade, trabalho...” podem parecer batidas e não trazer muita distinção das minhas recomendações anteriores, e por mais que eu prefira vê-las como complementos de uma mesma ideia, eu também gosto de enxerga-las como perspectivas diferentes de uma mesma imagem. E a perspectiva de Aria em especial, é muito bonita. 


Contemple a Natureza

A natureza nessa lista vem sendo algo recorrente também, como um elemento essencial para a contemplação e para encontrar um meio de purificar a mente. Bom, ela é belíssima, é também assustadora as vezes, ou até cruel, porém seu ciclo continua vez após vez, reciclando-se e adaptando-se. A natureza engloba toda a vida, de microrganismos até espíritos, mas independente de quantas formas de vidas diferentes existam, todas compartilham de um mesmo objetivo – Sobreviver! E como parte de todo esse sistema, no fluxo do rio de toda a vida, está a própria natureza humana. 

Uma obra que pinta o lado incompreensível da vida, repleto de mistérios, perguntas não respondidas e a infinita busca pela própria razão de ser. Esse é Mushishi! Sua história segue episódios da jornada de Ginko entre vilarejos em meio à montanhas e florestas. Ele passa sua vida estudando seres chamados de mushi, que são vagamente denominados como uma forma de vida básica e pouco se há conhecimento sobre o que exatamente eles são. Esses seres por vezes acabam causando fenômenos estranhos ou doenças e Ginko usa as informações que obteve sobre eles para solucionar vários casos enquanto também pesquisa e aprende mais sobre esses seres.

Diferente das demais obras nessa lista no sentido atmosférico, esse mangá não é algo que possa ser chamado de relaxante. Por vezes, vai se deparar com histórias dentro dele que são de fato calmas, mas também irá encontrar algumas histórias mais tristes, mais sombrias e até mesmo com algo de terror. Porém são os infortúnios dessa viagem que tornam a natureza tão vívida, e assim como no decorrer do mangá, também faz parte da nossa realidade desbravar todos os mistérios do mundo, pois isso é parte de nossa própria existência. Não só isso, o próprio interesse por outras pessoas e seres amadurecem nossas próprias percepções e a compreensão que nos leva a buscar melhores meios para viver e coexistir.  


Contemple o Tempo

Talvez estar próximo de alguém não seja uma opção fácil e acessível, ou simplesmente o desejo de estar afastado é maior. Para alguns a solidão é viciante, ela se torna uma companheira e conforta preenchendo vazios de um coração perdido. O simples “Sentir” faz mesmo os sentimentos mais amargos serem especiais, pois é a prova de nossa existência, e esses sentimentos abrem novas perspectivas sobre o mundo ao nosso redor.

Yokohama Kaidashi Kikou conta uma histórias de dias entre anos de um android chamado Alpha. Ela mora e cuida sozinha de um Café afastado da cidade e sem vizinhos muitos próximos, e esse lugar foi deixado por seu proprietário que nunca retornou. Porém ela continua fielmente aguardando a volta dele e abrindo o café todos os dias, mesmo sem ter quase clientes. 

Yokohama é como um fenômeno raro no qual dificilmente encontrará algo parecido e que traga os mesmos sentimentos com a mesma proporção. Sua leitura é muito leve e possui uma arte suave com cenários vívidos. Por vezes senti como se a vegetação estivesse em movimento com o vento e como se eu pudesse sentir o cheiro do Mar. Sua leitura é, também, rápida, com capítulos curtos e preenchidos com muitos momentos silenciosos, mas isso não quer dizer que seu enredo seja de alguma forma, vago. Ao contrário, o autor trabalha uma história em segundo plano através de imagens e breves diálogos despretensiosos, que vai envolvendo seu mundo com mistérios. 

Mais especial, para mim, é a forma como minuciosamente é trabalhado a solidão da Alpha e como o tempo se encontra nessa perspectiva. Conforme a obra vai prosseguindo, o anos em sua história vão passando e as pessoas que Alpha conhece vão envelhecendo, mudando e tocando suas vidas em constante movimento, enquanto ela permanece sempre a mesma como se houvesse parado no tempo e apenas observasse o mundo em time-lapse. Entretanto, por mais solitária que ela se encontre e veja o tempo levando aos poucos as pessoas que conheceu e as coisas as quais se apegou, Alpha nunca deixou de contemplar esse tempo que constantemente vai passando. E desse tempo em que viveu, ela segue preservando em suas memórias as recordações mais preciosas.


Contemple a Vida.

Infelizmente, toda jornada inevitavelmente chegará em seu fim algum momento, independente do que essa jornada seja e de como acabará. Ao ver seu destino podemos questionar se valeu a pena, se era o que esperávamos ou até mesmo a razão pela qual ela foi percorrida.

Uma jornada é a que somos convidados à acompanhar em Shoujo Shuumatsu Ryokou, é uma viagem pelo fim do mundo com duas garotas subindo os enormes andares de uma enorme cidade com o objetivo de encontrar algo em seu topo. Tudo já morreu, tudo envelheceu e o que restou foram apenas memórias e ruínas.

Essa obra também nos leva em uma leitura leve e agradável, mas ao mesmo tempo amarga, fria e solitária, e talvez seu sentimento de relaxamento com esse mangá se encontre confuso entre estar confortável e se sentir como se houvesse um buraco em seu peito, talvez isso pode ser definido como... consolo? Nele há muitos cenários e questionamentos que podem nos levar e repensar muito sobre nós mesmos e quais os motivos para estarmos fazendo coisas que são ou se tornarão superficiais. A aterradora imagem de que um dia todo o conhecimento, avanço e História de nosso mundo também chegará ao seu destino final nos faz pensar se vivemos e fazemos tanta coisa por nada. Mas apesar desse quadro assustador de Shoujo Shuumatsu sobre o Fim nos acordar e talvez trazer muitos sentimentos negativos, essa não é exatamente uma visão pessimista que o mangá promove. 

O medo certamente existe, a ansiedade quando deparado com esses pensamentos virão, mas nossa jornada até o fim não é apenas sobrevivência, e sim viver até lá. O ser humano é curioso por natureza, somos exploradores e podemos encontrar a satisfação ao estar em paz consigo, ao estar rodeado pelas pessoas queridas, ao estar rodeado pela natureza, ao ter trabalho e ser retribuído por seus esforços, em se levado pelo tempo aproveitando cada dia mesmo que sejam os mais monótonos... E Shoujo Shuumatsu vislumbra o passado, as coisas incríveis, os erros e as coisas inúteis, mas tudo isso faz parte do que conhecemos como viver, são as provas de nossa existência. Assim gastamos nossas vidas para que ao seu final não haja arrependimentos por coisas que não foram aproveitadas. Então, poderá contemplar o fim, porquê viver foi incrível.


Esse é o fim desta lista cheia de devaneios. Bom, antes de tudo, confesso que fingi amarrar cada tópico, mas na verdade esses mangás tem pouco em comum, heh. Mas não é mentira que eles são leituras refrescantes e que vocês poderão tirar suas próprias reflexões em cada uma dessas experiências, assim como as que eu coloquei nessa lista que não passam de interpretações pessoais. 

Eu sou sinceramente grato a esses mangás porque realmente me mudaram muito por dentro e me trouxeram sensações que nunca senti em obras convencionais. E por essa razão, estou passando à frente esses sentimentos para, quem sabe, atingir mais alguém da mesma forma que me atingiu. 

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