No Game no Life:Zero é um filme de 2017 que adapta a Light Novel "No Game No Life" do autor brasileiro Yuu Kamiya, servindo como uma prequel para o anime para a TV. Produzido pela mesma staff que produziu a serie para a TV, o estúdio Madhouse (One Punch Man, Death Note) e a diretora Atsuko Ishizuka (Sakurasou no Pet na Kanojo, Hanayamata).
Sinopse: Seis mil anos antes de Sora e Shiro existirem, a guerra consumiu a terra, rasgando os céus, destruindo as estrelas e ameaçando acabar com a humanidade. Em meio ao caos e à destruição, um jovem chamado Riku leva a humanidade para o amanhã em que seu coração acreditava. Um dia, nas ruínas de uma cidade dos Elfos, ele conhece Schwi, uma androide "Ex-machina" exilada que pede que ele ensine-a o que significa ter um coração humano.
Parto do pressuposto que você já tenha assistido a serie para a TV antes de ler esse review, apesar de que o filme é tecnicamente uma Prequel para a serie, e não da spoilers do anime em si, conhecer a obra antes de ver sobre o passado dela, nesse caso, é mais positivo.
Entrando no Review em si, o filme nos proporciona uma visão totalmente diferente do universo de No Game No Life, que sempre foi muito interessante, com suas varias raças, e o fato de tudo ser resolvido com jogos. Porém, no caso do último fator, nunca tivemos uma explicação para isso, ela apenas foi aceita.
Nesse filme, nós vemos sobre o passado do universo de NGNL, exatamente seis mil anos antes, na guerra que definiu o mundo como ele é. Temos um universo que contradiz bem com uma guerra mortal entre as raças do planeta, e focando no protagonista do filme, que é um personagem muito mais serio e interessante que o Sora. Também temos a "Shiro" desse filme, que seria a ex-machina companheira dele, mas no filme, ela tem uma importância muito maior do que fanservice.
Fanservice esse que na serie original é bem exagerado, junto com o teor de Ecchi altíssimo, que incomoda para alguns. Porém, no filme, isso foi reduzido, quase que nulo, tendo um filme mais serio, mais cru, focando em um universo de guerra, sem espaços para piadas sexuais e afins. E isso para mim foi extremamente positivo, pois, com o teor do filme sendo serio, somando isso a história mais seria, temos um teor totalmente diferente para o universo.
No filme nós temos a origem para o universo ser baseado em jogos, então, em questão de jogo em si, não é nada parecido com a serie original. Enquanto lá toda parte da serie se baseia em disputa com jogos, no filme temos apenas cenas do personagem jogando xadrez, e isso tem uma importância para o filme em si, durante o desenvolvimento da relação entre os personagens.
A história do filme, enquanto interessante pela premissa de mostrar sobre como surgiu o mundo, possui algumas falhas durante sua execução. Algumas coisas ficam mal explicadas, principalmente sobre a origem de uma tal raça, e o objeto que move o roteiro - o que é eu não devo dizer para não dar spoilers - não fica bem explicado durante a obra como ele funciona exatamente.
Porém, isso tudo, apesar de negativo, não afeta o fato de que o filme se move dinamicamente, e conta uma história que é muito interessante de se conhecer, afinal, um dos maiores problemas de NGNL, a serie original, era que não tinha uma explicação para o porque o mundo funcionava daquele jeito, de onde surgiram as regras que ele possui, o filme veio para explicar.
A ambientação do filme é extremamente interessante, o planeta está em guerra entre raças, para que a vencedora tome o direito de dominar o mundo, e os humanos são desconsiderados, vivem escondidos em cavernas, com o medo diário de não sobreviver para ver o próximo dia. O filme passa isso muito bem, desde a primeira cena quando mostra os sacrifícios que eles fazem para se manterem vivos, e o desenvolvimento do filme segue essa linha, da sobrevivência deles acima de tudo. O fato da Schwi aparecer é que muda tudo, afinal ela é um ex-machina, um ser muito poderoso, e o fato dela se interessar por humanos é o que faz a diferença.
Outro fator que faz o filme ser tão interessante é o casal de protagonistas, principalmente o protagonista. Enquanto ele se parece com o Sora, só que de 6 mil anos atrás, a personalidade dele difere e muito. Temos um protagonista serio, que tenta liderar os poucos humanos que restam na aldeia dele para a sobrevivência, enquanto lida com sacrifícios e tem que crescer com isso. A maneira que o filme mostra o que ele sente passa bem para quem assiste o quão difícil está a sobrevivência naquele local. É um personagem bem construído desde o inicio, e mesmo com duas horas de filme, consegue mostrar um ótimo desenvolvimento.
A Schwi, a contrapartida da Shiro, também é mais interessante, por ela ser uma androide, e tentar buscar os sentimentos a partir do Riku. Ela vai tendo um bom desenvolvimento durante o filme, e mesmo sendo uma maquina, ela se mostra bastante humana. No geral, ambos os protagonistas são mais interessantes que os da serie original.
Falando brevemente sobre a parte técnica, temos uma direção que soube conduzir bem as cenas importantes, com uma trilha-sonora que foi muito boa, e uma produção visual excelente, o que se espera de um filme da Madhouse.
Resumindo brevemente o Review, é, acima de tudo, uma melhora para o universo NGNL, com personagens interessantes e com uma história, que mesmo com alguns buracos, consegue ser interessante do começo ao fim. Recomendado para quem assistiu a serie para a TV, mas possível de ser assistido por quem ainda não viu.
Notas:
Roteiro: 8,5/10
Direção: 8,75/10
Animação: 8,7510
Trilha-Sonora: 8,5/10
Personagens: 8,25/10
Divertimento: 8,5/10
Média Final: 8,5/10
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