Fate/Extra Last Encore é um anime de 13 episódios de 2018 que adapta o jogo Fate/Extra de 2010, escrito por Kinoko Nasu (Criador da Série Fate). O anime foi dirigido primariamente por Yukihiro Miyamoto (Arakawa Under the Bridge, Madoka Magica) e supervisionado por Akiyuki Shinbou (3-gatsu no Lion, Monogatari Series) no estúdio Shaft (Madoka Magica, Monogatari Series).
Sinopse: Acordando em um mundo virtual estranho, sem lembrar do passado, Hakuno encontra-se forçado a lutar pela sobrevivência em uma guerra que ele não entende por um prêmio inimaginável; A oportunidade de ter o seu desejo concedido. Com apenas um enigmático "Servo" ao seu lado, Hakuno Kishinami terá que enfrentar amigos e inimigos em batalhas até a morte, a fim de não só ganhar posse de um objeto misterioso conhecido como o "Santo Graal", mas também encontrar a resposta para a questão mais importante de todas: "Quem sou eu?"
Last Encore, apesar de uma adaptação de Fate/Extra, possui a sua própria história, é um misto entre uma adaptação e um anime original. Enquanto algumas coisas se mantem, como a ordem de servos a aparecerem, e tudo acontecer na Moon Cell, a história em si é diferente, tendo sido escrita por Kinoko Nasu, criador da serie Fate e Co-fundador da Type-Moon, aonde ele mesmo disse que queria algo que fizesse com que quem já conhecesse o jogo, tivesse uma nova experiencia, e que quem não conhecesse, bem, tivesse uma obra completa para assistir. A questão é, até que ponto isso foi bom, e até que ponto isso deu certo?
Para a grande parte dos fãs, Last Encore foi um anime ruim, que entregou uma história confusa e cheia de furos, mesmo com Kinoko Nasu em cargo do roteiro. Para mim, LE se provou sim uma boa obra, pois tentou fazer diferente de todos os Fates até então, e é ai que para mim mora o desgosto dos Fãs, que não esperavam algo tão fora da curva. Esperavam talvez mais ação, porradaria, com uma história simples que se segurasse durante o anime, o que é, até então, todos os Fates. Então, quando Nasu resolveu escrever algo mais complexo, e, acima de tudo, quando o Shaft adaptou isso, tivemos uma obra muito diferente do que os Fates até então.
Belo Visual |
Shaft é um estúdio conhecido por seu estilo único, envolvendo luzes, cores, muito dialogo, confusão em diversos momentos, mas entregando algo que poucos estúdios conseguem entregar, algo único. Last Encore capta em boa parte a essência do estúdio, temos a quantidade grande de dialogo enquanto pescoços dobram, luzes mudam e a cena roda, algo que, até então, não tinha em Fate. Os diálogos da serie Fate até então eram extremamente expositivos, enquanto o Last Encore trabalha com diálogos indiretos. Eu não estou falando que os diálogos expositivos são necessariamente ruins, eu gosto de todos os Fates até então (exceto o Apocrypha), mas, essa mudança no estilo foi uma das causas do desgosto dos fãs no geral. Também não temos aquela concentração de personagens exageradamente edgys e darks, o que agrada a massa no geral. Aprendemos com esse anime que Fate tem que se manter o mesmo sempre, inovar não funciona.
Dois exemplos de cenários bem diferentes e interessantes do anime |
Mas, não estou dizendo que a obra é perfeita, longe de ser, é um bom anime, com um estilo especial, que desenvolve a sua história a partir de muitos diálogos, e não expõe tudo diretamente, tenta ir nos detalhes. Mas, o roteiro tem falhas, uma personagem em especifico fica sem explicação, aparentemente apenas em um Drama CD terá a parte dela da história, o que acaba pesando, pois utilizar de outras mídias para completar a história de uma mídia supostamente fechada é ruim, ainda mais porque o anime teve um final fechado. A história conclui bem, como Fate, tem seus exageros, o protagonista é, bem, protagonista, mas esse anime ainda tem uma boa razão para ele ter o poder do protagonismo.
Falando no protagonista, o Hakuno é um personagem sem muita expressão, afinal, considerando o jogo original, é apenas um personagem Self-Insert, ou seja, para o jogador ser o personagem, tanto que o nome Kishinami Hakuno foi dado apenas nas adaptações do jogo. Porém, o anime tentou dar um algo a mais, adicionar um porque dele ser assim, sem conteúdo, e é uma justificativa plausível, é melhor do que começar com um personagem vazio e não explicar o porque, deixando apenas assim porque originalmente ele é assim. Foi uma boa sacada da adaptação, adaptar também o personagem para uma nova mídia. Mas, ele continua sendo um personagem vazio e que só aceita as coisas, totalmente reativo, sem tomar as ações.
Mais Belos Visuais |
A Saber, que é a serva do protagonista, é uma personagem que divide opiniões. Uns acham ela irritante, outros adoram ela, e isso vem do fato dela ser super alegre, exagerada, o que a saber do original não é. São opostos. Existe o fator também de quem é essa Saber, a pessoa histórica no caso, que deixa alguns irritados pela mudança histórica, mas isso vou deixar para quem for assistir decidir.
A direção, bem, por mais de termos tido o estilo Shaft, a direção não foi das melhores, algumas cenas ficaram sem impacto, e algumas das cenas de ação não foram empolgantes, porém, não era pra se esperar algo cheio de lutas como são os outros Fates. Animação infelizmente não foi a melhor da Shaft que eu já vi, tinha um serio problema em algumas cenas de escurecer a tela para disfarçar os defeitos, mas teve o estilo único deles. A trilha sonora felizmente estava muito boa.
Não é um Fate padrão, não é um Fate perfeito, mas não é definitivamente o pior dos Fates (esse título eu deixo na conta do Apocrypha), e, muito de seu ódio vem da fanbase não aceitando as mudanças e o estilo da obra, esperando que seja mais um Fate de "lutinha" e diálogos expositivos e personagens edgys.
Notas:
História: 7,25/10
Animação: 8/10
Direção: 7,75/10
Trilha-Sonora: 8,25/10
Personagens: 7,5/10
Divertimento: 7,75/10
Média Geral: 7,3/10
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