domingo, 22 de outubro de 2017

Guest Post: Breve Análise do Episódio 3 De Kino no Tabi (2017)



Edit Henrique: Post Breve do Tancruz, que já me ajudou aqui traduzindo coisas do JP e tudo mais, analisando o episódio 3 de Kino no Tabi (2017)

Começando com o title 「迷惑な国」 'Meiwaku na Kuni'. O título já faz uma menção a uma frase meio que feita-- 「迷惑な人」"Meiwaku na hito", no caso, "Pessoa que incomoda", daí o nome do país vem a ser "País que incomoda" ou como ficou no inglês, "Bothersome country".
Temos aqui uma figura de linguagem bem sigilosa, o país está sendo adjetivado como uma pessoa. Uma personificação mesmo.
Então, pensando assim, podemos substituir o termo 'país' durante a obra por pessoa.

O país anda sozinho como podemos perceber, isso reforça mais uma outra personificação, e por isso viaja.
O principal objetivo da viagem é bem singelo, viajar para ver paisagens bonitas, diferentes lugares, em suma prazer próprio.
Um desejo bem egoísta afinal, não é todo lugar que quer aceitar este país, porém mesmo assim ele continua a fazer seu desejo sem se importar com os outros.

Próximo ao final o senhor que ficava no país falou:
"Seja país ou pessoas, não há quem viva sem incomodar ninguém"
Em outras palavras, quando se tem um desejo, quando você quer fazer algo, viver, você vai pisar em alguém durante sua vida. Seja vestibular, ao fazer um namorado, até com um copo d'Água.
Como sociedade, ela te dá cargos para que você não se sinta ofegante.
--Estou fazendo isto e o meu vizinho faz isso, por isso eu não preciso me preocupar. A sociedade já estabeleceu nossas relações.

Esse é o motivo porque o Guarda que guia a Kino tem várias ocupações, ele diz acrescentando:
"Neste país pessoas têm várias ocupações ao mesmo tempo"
Reforça um conforto entre os cidadãos.
Em contrapartida, o país é egoísta com quem está fora do país, afinal, tem que ser, não tem como viver sem incomodar ninguém.

No Japão é bem forte isso na cultura. '他人に迷惑かけるな' (Tanin ni meiwaku kakeru na),-- não incomode outras pessoas. É uma das formas de repreensão que as mães fazem na cultura japonesa.
'Viva sem incomodar ninguém'......... esse conto/episódio dialoga direto com isso.
Não tem como viver sem incomodar ninguém.
Mesmo que a sociedade te conforte dando e separando cargo entre os cidadãos, é impossível você não atrapalhar ninguém em sua vida.
Isso porque... a palavra "incomodar" é subjetiva.
Simplesmente há quem se incomode com um acenar de mãos e há quem goste disso.
No Japão, retomando, é falta de respeito até perguntar a localização a alguém que passa durante a rua, é considerado incômodo.

Quando o país se recusou a deixar o "Meiwaku na Kuni" passar, os cidadãos do pais em movimento falaram: "que país incomodo". Este sarcasmo provoca reflexão sobre o que é incomodar. A Kino no final do episódio defende o país, mas ao mesmo tempo é engraçado que ela incomoda o país que já tinha desistido de vencer, mas estava incomodando o país com uma pequena travessia infantil.
Então, ‘o país que incomoda’ estava ajudando a Kino, tanto que ela pede que a estadia dela não seja três dias, mas sim de 5 a 10, pois o país se movia para ela. Só era vantagem.
Mas, afinal, quem estava incomodando quem?


O desejo humano próprio de ser feliz é egoísta. Se você quer algo você tem que ter algum contato com alguém, e no meio que vivemos, é normal sentimos mais prazer quando pisamos em mais gente no caminho. Por isso passar em medicina o povo raspa a cabeça, por isso o povo escreve textão no facebook quando passa em um concurso mais concorrido. É um sentimento de felicidade alheio ao vencer pessoas.

Para finalizar, relaciono com o próprio subtitle da obra "Bothersome Country-- Leave Only Footsteps!", deixe somente suas pegadas.
Durante nossa vida, de fato, machucamos muitas pessoas, vemos lindos cenários, conquistamos muitas coisas; contudo dificilmente olhamos para as pegadas que deixamos para trás, assim como o país dessa obra... Durante os minutos iniciais a Kino viu imagens de cenários no qual o país que incomoda passou, mas nada garante que aquelas imagens continuam daquele jeito, o país pode ter simplesmente passado por cima após tirar fotos e fazer pinturas.
Por isso, aproveito e deixo essa pergunta: -- Você tem olhado para suas pegadas?
Anterior Proxima Inicio

0 comentários:

Postar um comentário